Nas últimas quatro décadas, o aumento da consciencialização dos riscos inerentes à transfusão resultou em importantes iniciativas para mitigar esses riscos por meio de melhorias na segurança dos componentes sanguíneos.
A constatação de que o foco intenso na segurança do produto não tinha sido combinado com um foco semelhante na melhoria das decisões transfusionais intraoperatórias levou ao conceito de “uso optimizado de sangue”.
A prática da medicina transfusional agora enfatiza o uso criterioso da transfusão, somente quando clinicamente indicado.
O conceito de que “nosso próprio sangue ainda é a melhor coisa a ter nas nossas veias” (1.) deu origem a várias técnicas cirúrgicas de “conservação de sangue” (por exemplo, minimização da hemorragia, recuperação intraoperatória de sangue e hemodiluição isovolémica aguda).
Subjacente a esses esforços está o conceito mais amplo de “gestão do sangue do doente” (PBM).
Esta é uma abordagem centrada no doente que aborda a deficiência de ferro, anemia, coagulopatias e perda de sangue, tanto em doentes cirúrgicos quanto não cirúrgicos, como fatores de risco para resultados médicos adversos.
De acordo com o PBM, a anemia e a deficiência de ferro são reconhecidas como problemas graves de saúde global por si só, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.
No entanto, globalmente, ainda há uma lacuna na consciencialização e implementação do PBM como uma estrutura geral para lidar com os riscos da deficiência de ferro, anemia, hemorragias e coagulopatias.
Este documento resumo (em inglês ou espanhol) enfoca a necessidade urgente de preencher essa lacuna e as etapas necessárias para atingir esse objetivo.
(Artigo revisado por painel de especialistas)
(1.) Frenzel T, Van Aken H, Westphal M. Our own blood is still the best thing to have in our veins. Current opinion in anaesthesiology. 2008
FONTE: Organização Mundial de Saúde, 2022
